Nada

- Oi.
- Oi.
- O que você tá fazendo?
- Nada e você?
- Nada também.
- Nada de nada?
- Nada.
- Puxa, que chato.
- É. Tá frio né?
- É , tá sim. Vai fazer o que nesse feriado.
- Não sei, acho que nada e você.
- Também nada planejado.
- Puxa.
- É.
- ...
- ...
- Mas você não tem nada pra fazer, mesmo?
- Não, você também não, né?
- É.
- Hum, que vir pra cá?
- Não sei, pra fazer o quê?
- Sei lá, nada.
- Mas nada eu já tô fazendo aqui.
- Então pode continuar fazendo aqui.
- Não sei, essa história de não fazer nada junto sempre vira alguma coisa.
- Vira nada, é que eu tô cansado de fazer nada sozinho.
- Não sei, eu tô com preguiça de ir aí, vem você pra cá.
- Mas o que tem pra se fazer aí?
- A mesma coisa que aí: nada.
- Hummm...
- Então, você vem?
- Não sei, você mora longe, ir até aí pra fazer nada?
- Ué, você já não tá fazendo nada aí mesmo.
- Tá bom, eu vou, mas e depois?
- Depois o quê?
- Depois que eu chegar, oras.
- Depois a gente vê se continua fazendo nada ou vai fazer alguma coisa.
- Em que coisa você tá pensando em fazer?
- Nada.
- Nada é?
- É nada. rs
- Por quanto tempo a gente vai fazer nada?
- Não sei, não pensei nisso.
- Hummm, preciso saber, pra dizer quando volto.
- Tem algo pra fazer?
- Na verdade, não tenho nada.
- Então pra que você vai voltar?
- Porque eu moro aqui, oras.
- Podia morar aqui.
- Morar aí? O que você bebeu?
- Não bebi nada, só achei uma boa idéia.
- Hummm, não sei, morar aí e ficar fazendo nada.
- É, você não quer?
- Mas será que dá certo.
- Não sei, a gente descobre.
- ...
- ...
- Tá eu topo, fazer nada juntos, boa idéia.
- Tem certeza?
- Não tenho certeza de nada, mas topo.
- Ótimo, te vejo amanhã?
- Amanhã, sem falta.
- Sem falta e sem nada pra preocupar.
- Isso, sem nada.
- Beijos.
- Beijos.
Click