quinta-feira, julho 29, 2010

No Escritório - Republicação

Meu nome é Gabriel e conheci Daniela no trabalho, aconteceu meio sem querer, tinha acabado de chegar na firma e me colocaram pra trabalhar na mesma sala que ela estava, só que para nós dois havia apenas uma mesa minúscula e duas cadeiras, quando os dois precisavam usar a mesa era impossível não esbarrar um no outro, nossos corpos ficavam a menos de 3 centímetros de distância e ela era uma moça linda de cabelos negros, pele tão branca quanto a neve, inteligente, divertida, ela fazia o tipo falsa magra, aquela mulher que em um primeiro olhar te parece magra demais, o que lhe rendeu o apelido de Magrela por minha parte, mas que na verdade tinha um corpo perfeito.

Por causa dessa proximidade física e também do fato que passavamos a maior parte do dia juntos em uma sala pequena, fez com que nos tornassemos bons amigos, ela tinha 22 anos e eu 19, ela estudava fisioterapia e sempre que podia eu dava uma ajuda, pois gostava da parte de biologia, era também o meu ombro que servia de amparo e eram os meus conselhos que ela escutava, em especial sobre o namoro que não ia bem, e sempre brincava que ela deveria largar o namorado e fugir comigo, só que com o tempo fui percebendo que estava apaixonado por ela, mas não tinha coragem de falar nada, pois não pretendia perder a amizade.

Depois de alguns meses trabalhando juntos, eu estava cada vez mais apaixonado, mas ela se comportava apenas como minha amiga, foi quando, um dia em que estavamos sozinhos dentro do elevador, ela me beijou um beijo gostoso, forte, daquele dia em diante todos os dias nos beijavamso no elevador e perdíamos metrô atrás de metrô, porque ficavamos em amassos longos e quentes.

Aliás, esses amassos foram aumentando de proporção e perigo, um dia ela me pergunta qual minha cor preferida, respondida que é azul ela apenas sorri, no outro dia já no fim do expediente ela pede ajuda para arrumar uns papéis na sala de reunião, quando entro ela fecha a porta, desabotoa a blusa e mostra sua lingerie:

- Hoje vim de azul, gostou?

Foi mais de um ano de relacionamento se restringindo a beijos, amasssos no elevador, na ante sala do chefe antes do expediente, no metrô, mas durante todo esse tempo ela não desmanchava do namorado, que além de tudo era um preguiçoso que dormia até às 15 horas e nem trabalhava. Um dia, cheio daquela situação perguntei seriamente:

- Porque você não larga ele e namora comigo? - A resposta me assombra até hoje:

- Porque você é bonzinho demais.

Dois meses depois ela foi embora, apenas me dando um tchau, nunca mais a vi, alguns anos atrás soube, através de uma amiga nossa, que tinha ido trabalhar em Campinas em uma clínica de fisioterapia, há pouco tempo tive a impressão de vê-la descendo de uma lotação vinda de Campinas na estação Tietê de Metrô, mas quando olhei de novo, a pessoa não estava lá.

Depois disso, tive alguns relacionamentos, fui chamado de alienado, egoísta, mas nunca mais ninguém me chamou de bonzinho demais e até hoje não sei se isso foi um elogio ou não.

(Gabriel, VIVE ATRASADO, mas continua sendo bonzinho, suas conquistas nunca vão pra frente e acabam sempre virando suas melhores amigas ou suas "irmãs" como elas dizem. Acho também, que ele continua apaixonado por Daniela)

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